Três locais em Palhoça passam por avaliação na Secretaria de Administração, que vai verificar qual tem as condições mais adequadas para receber as instalações
Elton Souza
A fuga de 78 presos da Penitenciária Estadual de
Florianópolis reacendeu os debates sobre a
mudança do complexo para Palhoça. Para solucionar
o problema das fugas, a Secretária de Justiça e
Cidadania, Ada de Luca, considera que a única
saída é a mudança do complexo para
outro local. A região na divisa entre Palhoça e
Paulo Lopes já foi determinada como o novo destino. O
Governo irá iniciar as obras com verba estadual e discute a
parceria do Governo Federal, após realizar neste
mês audiências com o Ministro da
Justiça, Eduardo Cardozo, e a Presidente Dilma Roussef. A
obra está orçada em R$ 80 milhões.
De acordo com o Governador Raimundo Colombo, após a
desapropriação do terreno, em um prazo de
até 11 meses o novo centro penitenciário
estará construído. “Para ter a
agilidade necessária, vamos fazer por licença de
licitação. Já temos o modelo e o
projeto que veio do Ministério de Justiça.
Nós aprovamos esse projeto e ele será executado.
É um projeto dentro de uma análise de
recuperação do presidiário, de
reinserção dele na sociedade, de
qualificação profissional, mas com toda a
segurança máxima, aliando todas as
condições de recuperação e
de segurança”.
Uma área de 10 hectares adquirida em Palhoça foi
considerada, pelos técnicos e topógrafos, como
inviável para receber o complexo, já que, segundo
a Secretária Ada de Luca, os custos com o aterro no terreno
que era um antigo arrozal seriam de cerca de R$ 10 milhões.
Três locais em Palhoça passam por
avaliação no setor de Patrimônio, na
Secretaria de Administração, que vai verificar
questões indígenas e ambientais e qual tem as
condições mais adequadas para receber as
instalações. De acordo com
informações da Secretaria de
Comunicação do Estado, a zona foi escolhida por
ter baixa concentração populacional. O
órgão informou ainda que não
será divulgada a localização exata dos
possíveis locais e que não há prazos
para o término da seleção.
Ada de Luca disse que vai comandar pessoalmente a procura de uma nova
área em Palhoça enfatizando: “Doa a
quem doer, a penitenciária vai sair do papel”,
afirmou.
O Prefeito Ronério Heiderscheidt informou por meio de sua
assessoria que a única informação que
possui é de que o complexo penitenciário seria
construído em Paulo Lopes e não em
Palhoça. “O Prefeito Ronério
Heiderscheidt pretende solicitar ao Governador a
desativação da Colônia Penal
Agrícola, que está localizada em
perímetro urbano de Palhoça, e sua
transferência para a nova unidade”, afirmou a
assessoria em nota oficial. Essa transferência já
estava prevista no projeto original do novo complexo que
terá 2100 vagas disponíveis, 300 delas para
presos da Colônia Penal Agrícola, situada no
bairro Bela Vista.
De acordo com o Governador, o local da atual penitenciária,
no bairro Agronômica, vai ficar para
utilização pública:
“Não vamos vender aquela área.
Não vamos fazer especulação
imobiliária. Tenho certeza de que isso é o que
toda a cidade de Florianópolis quer”.
Fuga em massa
De acordo coma direção da
Penitenciária de Estado de Florianópolis, 78
presos fugiram em duas situações distintas. A
primeira fuga aconteceu no domingo, 26, por volta das 5h30, quando seis
criminosos escaparam do prédio chamado de Casa Velha.
À tarde, por volta das 16h30, outros 72 presos
provisórios fugiram da Central de Triagem instalada dentro
daquela unidade prisional. Até o fechamento desta
edição, o setor jurídico da
penitenciária informou que ainda há 48 ainda
foragidos. Quatro deles são de Palhoça: Adriano
da Silva, Anderlon de Souza, João Ronaldo Junior e Joelson
José Schimdt (veja fotos na coluna policial da
página 50).
O Governo do Estado, por meio das secretarias de Segurança
Pública e Justiça e Cidadania, comunicou que as
forças polícias foram mobilizadas e permanecem em
campo a procura dos criminosos. A Polícia Militar montou uma
grande operação de buscas e recaptura dos
criminosos. A Polícia Civil também
mantém esquema especial para recapturar os fugitivos. As
delegacias de polícia estão de
prontidão e as equipes de investigação
nas ruas. As unidades especiais como BOPE, COP, serviço
aeropolicial, DEIC e o pessoal da área de
inteligência estão de plantão. O
Comando da 1ª Região policial está com
75 homens mobilizados a procurados dos foragidos.
As circunstâncias em que ocorreu a fuga serão
apuradas por sindicância e inquérito policial
já instaurados.
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